terça-feira, 16 de março de 2010

Um barzinho, um violão e um pé bem dado no saco!


Barzinho: o lugar é o mesmo em praticamente todo canto do mundo. Bebida, petiscos, música, etc. Pra outros esse lugar vai além do conceito básico, se torna escritório, igreja, motel, ringue de vale-tudo entre outros infindáveis lugares. Isso pod etaé ser bom, mas tá acabando com a clássica imagem do boteco! Um lugar onde todo mundo podia ir beber, peidar, falar putaria, cobiçar a mulher do próximo, chingar o dono do bar de corno, ouvir música brega e cair no chão quase em coma alcóolico. Mas uma coisa é certa: todo barzinho tem música, quase sempre ao vivo. A depender do estilo do lugar vai rolar pagode, samba ou o que mais rola em barzinho de capital ou interior, MPB. Nada contra esses estilos musicais, muito pelo contrário sou muito a favor. Mas ultimamente tenho reparado que quando ouço MPB em barzinho é sempre o mesmo repertório. Parece que os músicos estão presos a uma zona de ressonância onde todos pensam de forma idêntica! Começa com “Se” de Djavan, aí passa pra mais uma de Djavan também. Em seguida vem “Você é linda” de Caetano Veloso. E não acaba por aí. A saturação das canções continua pelo resto da noite, repetindo sempre aquilo que foi tocado na outra semana e que será tocado na próxima. Como se não bastasse, lá vem os “caroneiros”, aqueles que só tocam o que ta na moda. Começa com o pseudo-sertanejo moderno, que ta mais pra SERTANOJO. Nessas horas Tião Carreiro deve se revirar na cova. E não posso deixar de falar das “canjas”. O que é isso? Vocês se perguntam. A canja nada mais é que a participação de um músico qualquer que está de passagem ali no bar. Aí o artista que está se apresentando na noite tem a idéia desgraçada de convidar o infeliz pra fazer uma ou duas músicas com ele, isso na melhor das hipóteses. Na pior das hipóteses o miserável chama um cara qualquer que diz ser tocador e coloca o sujeito pra tocar enquanto ele descansa. O cara pega o violão e só sai de lá porque nem o dono do bar agüenta mais ouvir o FDP tocar.

O que eu mais fico puto são com as releituras! Nossa! Aí é foda viu! O cara pega uma música que já é boa e tenta modificar a melodia, ou pega uma música lenta e faz ela rápida ao ponto de ninguém entender nada do que o cara ta falando, ou ele pega uma música agitada e faz uma versão tão lenta que dá sono até nos cachorros de rua que ficam rodeando as mesas dos bares na torcida que algum humano deixe cair um petisco no chão. Por tudo que é sagrado senhores músicos, NÃO FAÇAM RELEITURAS DE MÚSICAS QUE JÁ SÃO BOAS!! É forçar demais a nossa barra.

O que peço encarecidamente aos nossos queridos amigos músicos é que simplesmente toquem, mas variar de vez em quando não vai matar ninguém. Talvez eles toquem a mesma coisa porque os freqüentadores do barzinho gostam só daquilo e as cabeças das criaturas não comportam nada de novo ou diferente dos velhos repertórios maçantes. Mas eu afirmo com toda certeza, tem gente que ainda pensa e presta atenção em outras coisas que não sejam só os copos que vão se esvaziando ou as bundas das meninas que estão no bar. Tem gente que vai lá e ouve as músicas que estão sendo tocadas! Sério! Pode até parecer mentira, mas é a mais pura verdade. Tem gente que ainda quer ouvir boa música, e são essas pessoas que vão sempre freqüentar o bar e valorizar o trabalho do músico, isso é certeza!

Nem sempre o que se repete se repete porque está agradando, às vezes se repete porque a criatividade e a atitude chegaram ao fim ou nunca existiram.
Depois disso tudo sabem o que eu penso? Que saudade que eu sinto dos bons e velhos botecos!

Foto da esquerda: Bar do Moe dos Simpsons, um boteco clássico! Foto da direita: a dona de barzinho dos sonhos de todo botequeiro!

Um comentário:

  1. Concordo,
    esta cidade me mata de vergonha.Guanambi não tem um boteco decente para se ir,e ter que ficar ouvindo a mesma merda sempre...me mata né?
    Pior que isso só a mania de ficar tocando dvd dessas merdas que viram modinha na televisão pela som livre.Nojo disso,nojo!!!!

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